Início » Noticia » Pacientes têm manhã de cultura japonesa
  • Increase
  • Decrease

Current Size: 100%

Pacientes têm manhã de cultura japonesa

Localização

Brasil
BR

Os usuários do ambulatório do hospital Ophir Loyola tiveram uma manhã diferente nesta quinta-feira (20).  Os voluntários da fundação Motiki Okada trouxeram um pouco da cultura japonesa aos pacientes.  O projeto proporcionou um momento de acolhimento, humanização e bem-estar por meio do Johrei, uma técnica de imposição de mãos que visa levar a luz divina às pessoas que o recebem e o ministram, além da Arte Ikebana, prática associada à preparação de pequenos arranjos florais.

 Mesmo com a evolução da medicina, o enfrentamento da doença não é fácil, várias manifestações psicológicas podem ser geradas pelo fenômeno do adoecimento que ameaça a continuidade da vida. E com o intuito de amenizar o   impacto ocasionado pela rotina do tratamento, o hospital desenvolve diferentes atividades por meio do Serviço de Humanização, Terapia Ocupacional e em parceria com o voluntariado. 

A voluntária da Fundação Mokiti Okada, Valeria Homci, afirma que o diagnóstico de câncer limita a vida social, portanto a ansiedade e o estresse são comuns em pacientes submetidos a longos períodos de terapia. “A doença acaba transformando o cotidiano dessas pessoas, por isso trouxemos o Johrei e a arte Ikebana como forma de reduzir esses sentimentos e desenvolver a harmonia interior, a sensibilidade e o senso estético", disse.

Durante toda a manhã, os alunos participaram da oficina e aprenderam sobre a história da arte milenar. Criada e difundida no Japão no século VI, baseia-se em organizar flores, folhas e galhos naturais em plena harmonia com o vaso e assim retratar o equilíbrio existente no universo, unindo o céu (shin), o homem (soe) e a terra (tai ou hikae) dentro de um mesmo arranjo.

Elaine Nascimento, 26 anos, acompanhava o pai João Batista durante a consulta para o controle de um câncer de estômago.  Ela foi uma das participantes da oficina. “É impressionante a sensação de leveza após a atividade. Ter pessoas que se dispõem a nos ensinar a fazer esses arranjos e dedicarem parte do tempo delas para que nos sintamos melhor, é reconfortante”, afirmou.

Ao mesmo tempo pacientes em espera recebiam o Johrei, prática integrativa complementar reconhecida pelo Ministério da Saúde, como imposição de mãos por meio da portaria 702/2018. É um método de canalização de energia capaz de trazer benefícios ao corpo e à mente.

"O Johrei atua no sistema nervoso, nas células de defesa do organismo, então faz com que a pessoa se recupere mais rápido. Alguns estudos científicos mostram que a prática aumenta as células Natural Killer (NK), que fazem parte do sistema imunológico e ainda ajudam na redução da ansiedade", ressaltou Valéria.

Essa é sensação descrita por Graça Correia, 69 anos, moradora de Muaná, na Ilha do Marajó. Esta é a segunda vez que a idosa passa por consulta após o diagnóstico de um câncer de mama. “A gente vem com muita ansiedade, bate uma tristeza. Hoje cheguei com enjoo, então fui surpreendida com essa ação, agora estou melhor e menos aflita”, relatou.