Alimentar-se é um fenômeno biológico que proporciona prazer aos seres humanos, não é por acaso que degustar pratos e bebidas saborosas eleva as concentrações de dopamina, uma substância neurotransmissora atuante na sensação de prazer e bem estar. Mas o simples ato de ingerir alimentos, essencial à vida, pode ser prejudicado pela disfagia, a dificuldade para engolir alimentos, líquidos ou saliva em qualquer etapa do trajeto da boca ao estômago.

Hoje, dia 20 de março, é comemorado o Dia Nacional de Atenção à Disfagia, que segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia( SBFa) foi criado para auxiliara população a reconhecer esse sintoma, alertar sobre o risco para a saúde, divulgar medidas de prevenção e orientação sobre o que fazer diante de suspeita desse distúrbio alimentar. Nesse sentindo, a Divisão de Fonoaudiologia do HOL promoveu nesta quarta-feira, 20, uma palestra para os profissionais da instituição com o objetivo de ajudá-los a identificar os sintomas desse distúrbio alimentar.

Além dos prejuízos nutricionais, os engasgos e a tosse com saliva são as queixas mais comuns, afetando a autoestima, a vida social e a qualidade de vida do paciente disfágico. No entanto, as manifestações são diversas, tais como dor ao engolir, broncoaspiração dos alimentos, perda de peso, falta de ar, preferência por alimentos mais pastosos, dentre outros sintomas que geram a necessidade da dieta via enteral. O diagnóstico da disfagia é realizado por meio da avaliação clínica e dos exames de videofluoroscopia e videoendoscopia da deglutição.

Não há dados de incidência nacional, porém estimativas mundiais consideram que  cerca de 16 a 22% da população apresenta problemas de deglutição, mas não procura ajuda, sintoma esse que atinge 50% dos pacientes que tiveram acidentes vascular encefálico, 85% dos pacientes com paralisia cerebral, 45% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço, 52 a 82% dos pacientes com doenças degenerativas e 47,5% dos idosos com história de hospitalização.

A disfagia pode ocorrer em crianças, adultos e idosos, e apresenta diversas causas como desordens neurológicas ou neurogênicas (sequelas após AVC, paralisia cerebral, Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer etc.), alterações mecânicas (câncer de cabeça e pescoço, má formação congênita e ferimentos) e alterações psicogênicas que levam ao prejuízo no desempenho da deglutição. É comum nos idosos devido ao envelhecimento natural das estruturas de deglutição (língua, bochechas, lábios etc.)

Por Leila Cruz