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Laboratório de Biologia Molecular acelera tratamento de pacientes renais

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Brasil
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Em Belém, o Hospital Ophir Loyola, referência em transplante e tratamento renal, tem um importante espaço para a efetividade dos cuidados aos pacientes renais. Trata-se do Laboratório de Biologia Molecular, criado em 2016, único voltado para assistência hospitalar na Região Norte, cujo objetivo é identificar e quantificar os vírus que afetam e interrompem os enxertos renais dos pacientes atendidos na instituição. O serviço de transplante renal funciona no “Ophir Loyola” desde 1999, e já realizou mais de 630 cirurgias. Mesmo sendo o método mais eficaz para o tratamento da doença, são necessários cuidados e monitoramentos constantes após o procedimento, para garantir a qualidade de vida do paciente.

As infecções virais são uma das principais causas de complicações após a cirurgia. Quando não identificadas precocemente, podem se agravar e levar o paciente à morte. Por conta disso, o Laboratório de Biologia Molecular tem um papel fundamental na recuperação desses pacientes, explica o doutor em Genética e coordenador do espaço no Hospital, Rommel Burbano.

“Após o transplante, os pacientes são triados para identificar a presença desses vírus, utilizando tecnologia de biologia molecular. Caso sejam identificados, eles passam a ser tratados de forma diferenciada com os antivirais, que são liberados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O laboratório passa a utilizar técnicas sofisticadas que quantificam a presença do vírus, para que o paciente possa continuar seu tratamento padrão. Isso faz com que o sucesso dos transplantes renais, que são vitórias para o nosso Estado e para o hospital, tenham uma taxa de efetividade muito alta”, afirmou.

Ação efetiva - O laboratório permite precisão e celeridade aos diagnósticos dos pacientes, tornando o “Ophir Loyola” referência em tratamento renal no País. “Diferentemente de outros laboratórios existentes em hospitais do Brasil, nós conseguimos atender todos os pacientes encaminhados semanalmente, e, dependendo da urgência, liberamos o resultado em 24 horas, o que permite uma ação efetiva do corpo clínico. Além disso, evitamos os contratempos e a demora que tínhamos anteriormente, quando as amostras eram enviadas para outros centros. Mesmo tendo um alto gasto, o custo benefício faz com que esse espaço seja um grande investimento, visto que consegue atender mais pacientes e com um diagnóstico mais preciso”, frisou Rommel Burbano.

Para pessoas que precisam de transplante, manter a saúde estável e ter qualidade vida é imensurável, como é o caso de Francisca Karen, 26 anos, diagnosticada com insuficiência renal cônica aos 13 anos. “Minha mãe notou que começaram a aparecer marcas na minha pele. Parei de crescer, sentia dores e câimbras. Passei por nove especialidades e ninguém descobriu o que eu tinha. Fui a um nefrologista, que me diagnosticou com insuficiência renal crônica. Comecei logo o tratamento de hemodiálise, e fui chamada para o transplante em 2005. Não é uma cura, mas é o melhor meio de se viver pra quem depende disso. Depender de uma máquina é horrível. Minha vida melhorou muito depois do transplante, e eu gosto muito do tratamento do ‘Ophir Loyola’. É muito bom, dão o suporte que precisamos”, disse a paciente.

Cerca de 90% das cirurgias são realizados com rins de doadores falecidos, por isso é fundamental incentivar a doação de órgãos, para que mais vidas sejam salvas. “Espero que as famílias incentivem e doem cada vez mais. Tem muita gente que precisa disso. Nos ajuda demais”, completou Francisca Karen.

Descoberta precoce - A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) ressalta a importância de as pessoas procurarem unidades básicas de saúde anualmente para realizar exames preventivos, como o de sangue, capaz de apresentar os principais indicadores de saúde do paciente, e o de creatinina, que avalia a função dos rins. A descoberta precoce pode ajudar no tratamento e evitar as sessões de hemodiálise.

Além do Hospital Ophir Loyola, oferecem serviços de transplante no Pará os hospitais Saúde da Mulher, em Belém, e o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, que já realizou seis transplantes de rins desde novembro de 2016.

Para o tratamento de hemodiálise, o serviço é oferecido na capital pelo HOL, com 22 máquinas; no Centro de Hemodiálise Monteiro Leite, vinculado ao Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), que oferece 198 vagas para o tratamento ambulatorial, com 35 máquinas de hemodiálise; e na Santa Casa de Misericórdia, com o Centro de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica, que atende crianças e adolescentes com até 18 anos.

No interior do Estado é possível fazer hemodiálise no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém; em  Capanema, onde estão disponíveis 20 máquinas em um hospital privado; em Castanhal, que conta com 67 máquinas; no Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, no município de Bragança; Hospital Divina Providência, em Marituba; Hospital Regional da Transamazônica, em Altamira, e Instituto de Saúde Santa Maria, em Redenção. O Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), em Marabá, passa por reforma e ampliação para ofertar 20 máquinas de hemodiálise, proporcionando o acesso a 120 pacientes.

Por Raphael Graim/ Agência Pará