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Campanha de doação de sangue segue até amanhã no Hospital Ophir Loyola

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Embora 2% da população paraense entre 16 e 69 anos doe sangue, percentual acima da média nacional em torno de 1,8%, a taxa ideal seria  que de 3% a 5% da população doasse sangue. Com 144 municípios e mais de 8 milhões de habitantes, um dos principais desafios da doação no Pará é garantir que o sangue não falte aos pacientes das áreas mais afastadas. Por outro lado, quem é do interior e passa por tratamento na capital, não consegue mobilizar doadores, já que a cultura de doação para pessoas próximas dificulta a situação para quem mais precisa.

Quando o estoque da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) está em nível crítico, uma das alternativas é a realização de campanhas itinerantes como a iniciada nesta quarta-feira (11), em parceria com o Hospital Ophir Loyola. Até amanhã (12), a unidade móvel do hemocentro estará posicionada em frente ao hospital, das 8h às 17, na Av. Magalhães Barata, trecho com grande fluxo de pessoas, dentre elas pacientes e familiares vindos de outros municípios, onde o acesso aos postos de coleta é difícil.

A moradora do município de Cametá, Carliana Silva, 29 anos, doou sangue pela primeira vez e a motivação veio da amiga internada. “Hoje entendi a quantidade de pessoas lá dentro que necessitam de sangue para dar seguimento ao tratamento, mas caso não tivesse alguém do meu convívio  passando por isso, certamente não teria dado um passo tão importante enquanto cidadã”, afirmou.

A assistente social Alessandra Leite ressalta que o Hemopa precisa receber 350 doações diárias para atender a demanda transfusional de Belém e região metropolitana. “Estamos com várias campanhas itinerantes com intuito de aumentar o estoque para além dos 50%. O número de comparecimentos à Fundação é muito pequeno, contamos com a sensibilização de familiares de pacientes e da população em geral para que possamos atender os usuários de cerca de 80 hospitais, públicos e privados”, disse.

Na rede de saúde pública estadual, em média, o Ophir Loyola faz mil transfusões mensais, devido, principalmente, ao perfil assistencial, já que possui uma das maiores demandas de transfusão no Pará. Além da oncologia, há outras referências e cirurgias que só acontecem com bolsas de sangue reserva, como as neurocirurgias e transplantes.

A coordenadora da agência transfusional do HOL, Polyana Pontes, diz que apesar do trabalho de sensibilização, a reposição junto ao Hemopa é muito baixa, em torno de 20% a 30%, bem longe da meta de 50% estipulada pela fundação. “A maioria dos pacientes é de cidades distantes da capital, sem amigos e familiares por perto. O ideal seria receber cada vez um número maior possível de doadores, é preciso mobilizar a sociedade para garantir que o estoque seja adequado e não falte sangue para ninguém”, ressaltou

Cerca de 50% da demanda do hospital é atendida a nível ambulatorial, geralmente pacientes que vêm das residências e precisam de atendimento de urgência ou de transfusão pós-quimioterapia, considerados em fase mais aguda da doença.

“Os pacientes oncológicos apresentam mais anemia, taxa baixa de plaquetas e o tratamento em si vai agravar tal situação, isso aumenta a demanda por transfusão de sangue e de outros hemocomponentes (hemácias, plaquetas ou plasma). A necessidade é maior nos enfermos hematológicos devido às anemias, às taxas de plaquetas mais graves e a algum distúrbio de coagulação do sangue”, esclareceu Polyana Pontes.

Serviço: A campanha é realizada na Avenida Magalhães Barata, nº 992, São Brás, Belém. Podem doar pessoas com boa saúde, que tenham entre 16 e 69 anos e pesem acima de 50 quilos. Menores de 18 anos podem doar somente acompanhados dos pais ou responsável legal. É necessário portar documento de identidade original, assinado e com foto. O doador dever estar bem alimentado. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher, a cada três. A exemplo de outras campanhas externas, haverá uma equipe para a triagem dos doadores.

Por Leila Cruz