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Hospital Ophir Loyola faz primeira cirurgia no SUS para controle da epilepsia

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O soldador Allan Barreirinhas, 27, foi diagnosticado com epilepsia após sofrer um acidente de carro, há cinco anos. A doença neurológica é caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, que podem causar convulsões, espasmos musculares e perda de consciência. No último dia 19, ele se tornou o primeiro paciente submetido à primeira cirurgia de amígdalo-hipocampectomia no Sistema Único de Saúde (SUS) no Pará, feita pela equipe de neurocirurgia do Hospital Ophir Loyola.

O procedimento cirúrgico – que durou cerca de quatro horas – tem por objetivo o melhor controle das crises convulsivas, livrando o paciente, em alguns casos, do uso de medicamentos. De 40% a 70% dos pacientes submetidos à cirurgia conseguem o controle total das crises. A equipe comemora o estado de Allan, que teve alta na última quinta-feira (22), sem apresentar nenhuma sequela. Ele vai passar por acompanhamento ambulatorial para verificar o ajuste de medicação, progressivo, ou até mesmo a retirada total dos remédios.

Casado e pai de dois filhos, Allan vivia mal por contas das limitações impostas pela epilepsia. Os colegas de trabalho o observavam com frequênia, com medo de que ele se acidentasse. “Espero ter a vida renovada”, diz. A mãe do rapaz, Valcilene Barrerinhas, 48, conta que a doença foi diagnosticada após um eletroencefalograma. “O médico passou uma medicação e disse que ele ia fazer uso dela durante toda a vida. Meu filho começou a fazer acompanhamento clínico no Hospital Barros Barreto, mas durante uma consulta na rede privada, um especialista fez o encaminhamento para o Ophir Loyola, e tivemos nova esperança”.

O procedimento foi feito pelo neurocirurgião do Ophir Loyola Francinaldo Gomes, especialista em cirurgia de epilepsia. O hospital tornou-se, assim, a primeira unidade pública do Estado a fazer cirurgia, pelo SUS, para tratamento da doença chamada esclerose mesial temporal. “A cirurgia consiste em retirar a parte do cérebro que causa as crises, no caso a dele, o hipocampo. O procedimento foi um sucesso”, afirma o médico.

Para a secretária adjunta da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Heloísa Guimarães, a cirurgia representa um grande avanço para os pacientes do SUS, pois permitirá que eles possam ser tratados no Estado – tanto na rede pública, quanto na privada –, sem necessidade de deslocamento para outras localidades.

“A porta de entrada para o atendimento é a Unidade Básica de Saúde (UBS). No Pará também há dois serviços para epilepsia refratária, aquela que apresenta falta de resposta ao tratamento com dois ou mais medicamentos antiepilépticos corretamente indicados e bem tolerados para conseguir o controle das crises de forma sustentada. São eles o Hospital Ophir Loyola e o Hospital Universitário João de Barros Barreto”, explica a secretária.

Em funcionamento desde 1974, o Instituto de Neurologia do Ophir Loyola tem equipe altamente especializada para fazer das cirurgias mais simples às mais complexas. Há ambulatórios de diversas subespecialidades para o tratamento de câncer, tumores do sistema nervoso central, neurocirurgia estereotáxica e funcional, cirurgia da coluna, epilepsia refratária em fase de implantação e doenças endovasculares e vasculares cerebrais – feitas de forma regular somente pelo hospital –, entre outras doenças que somente a instituição atende pelo SUS em todo o Estado.

O hospital também dispõe do setor de Neurologia Clínica, que oferta atendimento hospitalar especializado e ambulatorial para as patologias do sistema neurológico. A assistência é garantida por uma equipe multidisciplinar.

Colaborou Leila Cruz/ Ascom Ophir Loyola

Por Edna Lima